Monday, January 31, 2005

RHS - 21-SET-2004

Precisava de ser reanimado
De matar esta cruel morte lenta
Asfixiar esta vida sedenta
Matar o "eu" que em mim está errado

Queria encontrar significado
Não cair na desgraça que me tenta
É difícil a vida borbulhenta
Ser jovem é acordar ressacado

já não há nada que me entristeça
Tudo serve para que me irrite
E para que a minha dor permaneça

Preciso que a alegria me visite
Para aliviar a minha cabeça
Será que este "viver" tem limite?

Monday, January 24, 2005

RHS - 06-JAN-2003

Estou calmo apesar do sobressalto
Cansado mas cheio de energia
Durmo para despejar a folia
Corro na cama, durmo no asfalto

Sem sair do solo vou dar o salto
Tudo sei não tendo sabedoria
Vivo as tristezas com alegria
E já não durmo p’ra não sonhar alto

Troquei a cama por uma fogueira
Vendi os lençóis e comprei um garrafão
P’ra nunca mais curar a bebedeira

Todo exausto morri sem razão
Depois de esvaziar a garrafeira
Vivi o que não vivera até então

Sunday, January 23, 2005

RHS - 06-JAN-2003

Este mundo está em plena queda
Graças às sociedades modernas
Desde as drogas às malditas tabernas
Até quando vai durar esta merda?

O bem foge e o mal não arreda
O Homem voltou ao tempo das cavernas
Vendendo a alma ou até as pernas
Em troca dum raio de uma moeda

Ressuscitou o materialismo
Em força apoiado pela igreja
E com ele o maldito egoísmo

O Homem não faz nada sem que seja
Pelo dinheiro reinando o cinismo
A vaidade, a gula e a inveja

Saturday, January 22, 2005

RHS - 01-Ago-2004

O mundo inteiro está acordado
Mas eu sonho com a realidade
Sonho? Um pesadelo na verdade
Pois da vida não tenho escapado

O meu sono está a ser perturbado
Pelo egoísmo e crueldade
O mundo e a falta de piedade
Coisas que me têm atormentado

Um sonho tão real que até magoa
Um pesadelo que deixa ferida
Que me fará crescer como pessoa

Não é o acordar que me intimida
É o estar acordado que me enjoa
Será isto sonho? Ou a minha vida?

Friday, January 21, 2005

RHS - 21-JAN-2005

É duro viver p'ra lá da fronteira
É viver com o coração partido
Sempre com o coração dividido
Querendo voltar mas sem ter maneira

Viver longe é sempre uma asneira
Pois cá fica um sentimento retido
Que é ignorado mas não esquecido
A vida prega-nos cada rasteira

De noite só o corpo adormece
A cabeça está sempre distante
Passa a noite numa constante prece

A nossa raiz é muito importante
É o calor da terra que nos aquece
E faz trazer de volta o viajante

Thursday, January 20, 2005

RHS - 07-JAN-2003

Tenho um velho sonho de criança
Mas que jamais será concretizado
Pois nem sequer o tenho planeado
E já não tenho a mesma esperança

Tudo me merece desconfiança
Apenas acredito no passado
Altura em que o sonho foi sonhado
Antes de se dar a grande mudança

Meu sonho deixei na minha infância
Com aquele olhar de miúdo
Que se encontra agora a muita distância

Mas hoje que já se alterou tudo
Por todo o lado vejo ignorância
Quanto mais sonhar, mais me desiludo